quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A LIÇÃO DOS CHUCHUS



          Dona Maria Pena, que era viúva do Raimundo, irmão do Chico [Xavier], julgava que este era um mão aberta...
          Não era muito crente do dar sem receber. E certa manhã, em que, sobremodo, sentia a missão do médium, que muito estimava, disse-lhe:
          - Chico, não acredito muito nas suas teorias de servir, de ajudar, de dar e dar sempre, sem uma recompensa. Não vejo nada que você recebe em troca do que faz, do que dá, do que realiza...
          - Mas, tudo quanto fazemos com sinceridade e amor no coração, Deus abençoa. E, sempre que distribuímos, que damos com a direita sem a esquerda ver, fazemos uma boa ação e, mais cedo ou mais tarde, receberemos a resposta do Pai. Pode crer que quem faz o bem, além de viver no bem, colhe o bem.
          - Então, vamos experimentar. Tenho aqui dois chuchus. Se alguém aqui aparecer, vou lhos dar e quero ver se, depois, recebo outros dois...
          Ainda bem não acabara de falar, quando a vizinha do lado esquerdo, pelo muro, chama:
          - Dona Maria, pode me dar ou emprestar uns dois chuchus?
          - Pois não, minha amiga, aqui os tem. Faça deles um bom guisado.
          Daí a instante, sem que pudesse refazer-se da surpresa que tivera, a vizinha do lado direito, também pelo muro, ofereceu quatro chuchus a Dona Maria.
          Meia hora depois, a vizinha dos fundos pede a Dona Maria uns chuchus e esta a presenteia com os quatro que ganhara.
          A vizinha da frente, quase em seguida, sem que soubesse o que acontecia, oferece à cunhada do nosso querido médium, oito chuchus.
          Por fim, já sentindo a lição e agindo seriamente, Dona Maria é visitada por uma amiga de poucos recursos econômicos.
          Demora-se um pouco, o tempo bastante para desabafar sua pobreza.
          À saída, recebe, com outros mantimentos, os oito chuchus.
          E Dona Maria diz para o Chico:
          - Agora quero ver se ganho dezesseis chuchus! Era só o que faltava para completar essa brincadeira...
          Já era tarde.
          Estava na hora de regressar ao serviço e Chico partiu, tendo antes enviado à prezada irmã um sorriso amigo e confiante, como a dizer-lhe: “Espera e verá”.
          Aí pelas dezoito horas, regressou o Chico à casa.
          Nada havia sucedido com relação aos chuchus.
          Dona Maria olhava para o Chico com ar de quem queria dizer: “Ganhei ou não?...”
          Às vinte horas, todos na sala, juntamente com o Chico, conversam e nem se lembram mais do caso dos chuchus, quando alguém bate à porta.
          Dona Maria atende.
          Era um senhor idoso, residente na roça.
          Trazia no seu burrinho uns pequenos presentes para Dona Maria, em retribuição às refeições que sempre lhe dá, quando vem à cidade.
          Colocou à porta um pequeno saco.
          Dona Maria abre-o nervosa e curiosamente.
          Estava repleto de chuchus...
          Contou-os: sessenta e quatro. Oito vezes mais do que havia ultimamente dado...
          Era demais.
          A graça, em forma de lição, excedia à expectativa, era mais do que esperava.
          E, daí por diante, Dona Maria compreendeu que aquele que dá recebe sempre mais.

Livro:  Lindos Casos de Chico Xavier
            Ramiro Gama
            LAKE – Livraria Allan Kardec Editora  

Um comentário:

Certeza Espirita disse...

Oi querida, obrigada por retribuir minha visita... gostaria de ser sua seguidora, mas não encontrei a gadget para me adicionar.
Beijão!♥♥
iany